Escrito por: CUT/ES

Ato na Segunda Ponte denuncia violência contra população de rua

O ato marcou o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua.

Nesta quarta, 19 de agosto, a Central Única dos Trabalhadores do Espírito Santo (CUT/ES), participou do ato realizado pela Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Vitória para o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua. O ato que aconteceu às 08h, embaixo da Segunda Ponte, ao lado da Rodoviária, foi marcado por um almoço e atrações culturais, distribuição de kits de limpeza e de higiene, além de testagem de HIV.

O Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua é uma alusão ao que ficou conhecido como "Massacre da Sé", quando sete pessoas foram assassinadas enquanto dormiam na região da Praça da Sé, em São Paulo, no ano de 2004.

O ato em Vitória teve como apoiadores o Fórum Capixaba de Lutas Sociais, o Fórum de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o Círculo Palmarino, além da parceria da Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold). O dia de luta foi marcado com dignidade em um lugar onde no último sábado (15) ocorreu o assassinato do Rafael, um morador em situação de rua.

Infelizmente a violência e a morte desse público não são recentes e tem aumentado com maior velocidade neste período de crise econômica e com a chegada da pandemia do novo coronavírus. Em julho um morador morreu após ser queimado no bairro Itararé, em Vitória. E esse ano esses não foram os únicos ataques contra os moradores em situação de rua. Em março, pelo menos dez pessoas em situação de rua ficaram feridas na Vila Rubim e dois não resistiram e morreram.

A presidente da CUT/ES, Clemilde Cortes, esteve presente no ato prestando total apoio e reafirmando o compromisso ético político da CUT/ES com a Luta da População em Situação de Rua e com a defesa de políticas públicas voltadas para esta parcela da população.

"Precisamos defender a vida por meio da luta. Temos que agir, cobrar políticas públicas em defesa da vida. Infelizmente, para a nossa sociedade, viver na rua, morar na favela, é sinônimo de ser bandido. Precisamos que o governo do estado garanta a vida", diz. 

A CUT/ES cobra do Governo do Estado ações efetivas, como a criação de políticas voltadas de fato para habitação de interesse social, a ampliação dos serviços socioassistenciais, o atendimento qualificado na área da saúde - em especial, de saúde mental - e de tratamento efetivo do uso de álcool e outras drogas, para que essa população tenha a possibilidade de retornar as atividades de qualificação educacional, profissional e alternativas de geração de renda